Em “Escrito nas estrelas”, Elizabeth Jhin explorou uma trama envolvendo um casal que se amava para além da vida. Em “Amor eterno amor”, estreia da semana passada na Globo, às 18h, ela avança no tema: a novela, segundo anunciou, é a segunda de uma trilogia sobre o tema, o espiritismo. Esse universo original da autora — nem realista, nem de reconstituição de uma época, como se costuma ver no horário — é a demonstração de uma marca própria, o que é sempre bem-vindo.
Encontros e desencontros, sejam eles na terra ou no etéreo, são, afinal, a matéria-prima de qualquer folhetim. Neste caso, Elizabeth fez um trançado de vínculos fundados em vidas passadas, um filho que se perde da mãe ainda criança e personagens que têm dons. O primeiro capítulo começou irregular, com a longa (mas inevitável) construção da trama do personagem que se perde da mãe. Porém, no último bloco, a história já tinha se apresentado envolvente — apesar de uma melancolia de fundo — e seguiu assim nos dias subsequentes.
A produção tem direção de núcleo de Rogério Gomes, direção-geral de Pedro Vasconcelos e começou com lindas imagens na Ilha de Marajó e em Minas Gerais. A dupla Gabriel Braga Nunes e Andréia Horta foi o grande destaque até aqui, o que, aliás, não é surpresa. Osmar Prado (Virgílio) e Denise Weinberg (numa participação especial) brilharam, assim como Chico Diaz e as meninas Klara Castanho e Júlia Gomes.
Ana Lúcia Torre é uma atriz de primeiríssima, ninguém duvida, mas sua escalação para ser a mãe de uma criança nas cenas iniciais ficou inconvincente. A direção também derrapou nas sequências em que a personagem cai na conversa de duas charlatãs. Que mãe, ao encontrar seu suposto filho sumido, não correria para abraçar a criança? Não Verbena, que ficou contemplando o garoto de longe. Nem as perucas estranhas atrapalharam Cássia Kis Magro, outra atriz que só traz alegrias ao público. E Letícia Persiles é o frescor que falta no mar de repetições de elenco das novelas. “Amor eterno amor” tem ainda os ótimos Felipe Camargo, Pedro Paulo Rangel, Rosi Campos, Carmo Dalla Vecchia e outros bons atores que tiveram poucas chances nestes capítulos
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